BENCHMARKING COMO PARTE DA FORMAÇÃO DO VOLUNTÁRIO ESCOTEIRO
- Carlos Nascimento
- 6 de nov. de 2017
- 3 min de leitura

É fato inconteste que a internet, especialmente as redes sociais, está coalhada de herdeiros de Pico de La Mirandola, aquele que se gabava de poder discutir sobre qualquer assuntos, e tinha por lema De omni re scibili (de todas as coisas sabíveis).
O ambiente virtual escoteiro temos as reencarnações de Baden-Powell, capazes de expor com propriedade cada aspecto da prática escoteira. São capazes de discorrer sobre todos os ramos, mesmo que por toda a vida tenham somente se dedicado à um deles. Não importa quão diferente o programa do Ramo que atuam para aquele sobre o qual emitem conselhos São mestres em administração de uma unidade escoteira, falam com propriedade sobre planejamento, ainda que nunca tenha feito um. São especialistas em marketing, e todo e qualquer aspecto que possa afetar o funcionamento de uma unidade escoteira local. São incontestáveis em sua sapiência, e em caso de dúvida atiram um "sou formador" para que as coisas fiquem bem claras e a patuleia se ponha em seu lugar.
Seria muito mais interessante que ao invés do discurso, do dizer como se deve fazer se mostrasse como se faz. Baden-Powell disse que não há educação que se compare ao exemplo. Assim quando fosse falar de planejamento este formador mostraria o planejamento da UEL que ele integra, e falaria como se chegou àquele resultado, se aplicando o documento Façamos o Plano de Grupo, ou outra metodologia, como corre hoje no 13ºSE Grupo Escoteiro Uirapuru, que eu faço parte.
Porém mais efetivo ainda seria colocar a UEL dele à disposição para benchmarking, ou ponto de referência, para a formação do voluntário escoteiro, posto que, por certo, o formando poderá lá encontrar todas as práticas que são sugeridas e ensinadas.
O benchmarking é um processo de gestão de empresas que consiste na análise da concorrência e para encontrar as melhores práticas e adaptá-las à realidade da própria empresa. O processo pode ser adaptado por instituições sem fins lucrativos. No Escotismo os voluntários poderiam ser convidados a visitar a UEL dos formadores para que pudessem observar como a teoria é posta em prática. Após os cursos os formadores colocariam à disposição seu calendário de atividades com os dias possíveis de receberem visitas.
Hoje as redes sociais já permitem fazer benchmarking de algumas áreas, mesmo à distância. Do mesmo modo que permite verificar que o discurso está distante da prática. Exemplo: o formador fala sobre a importância do registro escoteiro e que o mesmo deve ser mantido atualizado. Realidade - O Grupo Escoteiro dele em pleno segundo semestre do ano cobrando que membros atualizem o seu registro pagando a contribuição anual. Formador fala sobre marketing, captação de novos membros, como é importante ter uma seção completa para a prática do escotismo, etc. Realidade - A seção dele tem menos membros que o mínimo para que funcione como seção e há anos ele não tem mais que duas equipes em sua seção. Fala sobre como deve ser a gestão da UEL, sobre crescimento, aplicação do programa, atividades comunitárias, etc. Realidade a UEL que participa jamais obteve qualquer certificação no Projeto Grupo Padrão, que é justamente o prêmio de reconhecimento anual para as Unidades Escoteiras Locais (UELs) que alcancem um padrão mínimo de qualidade nas áreas de Administração, Formação de Adultos, Aplicação do Método Escoteiro, Participação na Comunidade, Divulgação do Movimento Escoteiro, Avaliação de Atividades e Crescimento.
A adoção do benchmarking seria útil para todos, não só para os formandos, como para os formadores e suas UEL pois teoria e prática passariam a caminhar juntas.
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