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O ESDRÚXULO PROCESSO ELEITORAL DA UEB

  • Foto do escritor: Carlos Nascimento
    Carlos Nascimento
  • 8 de fev.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 21 de mar.



Chegamos a mais um ano eleitoral nos níveis regional e nacional da União dos Escoteiros do Brasil. Um processo que começa com a eleição dos eleitores, que também elegerão outros eleitores.


Tudo começa nas assembleias do nível local que elegem os seus representantes junto à Assembleia Regional. São eles que, juntos com um representante da Diretoria da UEL, participarão da reunião ordinária da Assembleia Regional que elegerá neste ano a Diretoria Regional, a Comissão Fiscal Regional e, em algumas Regiões Escoteiras os membros da Comissão de Ética e Disciplina Regional. Nesta reunião também será escolhido o candidato Regional à uma vaga no CAN – Conselho de Administração Nacional – e os delegados regionais, na proporção de um para cada mil membros ou fração registrados pela Região no ano anterior, que se juntarão ao representante da Diretoria Regional para participar da reunião da Assembleia Nacional que neste ano elegerá metade dos membros do CAN, os membros da Comissão Fiscal Nacional e da Comissão de Ética e Disciplina Nacional.


Este processo complexo põe em xeque a representatividade do colégio eleitoral das assembleias, regionais e nacional. Nas regiões escoteiras com poucas UELs, em que a Diretoria é composta por integrantes de 2 ou 3 Grupos, é quase certo que o agrupamento hegemônico manterá o controle tanto dos cargos regionais quanto de quem será eleito delegado e, se for o caso, do apontado como candidato ao CAN. Porém nas regiões maiores, ainda que possa haver uma certa disputa, dificilmente se muda o status quo uma vez que o agrupamento no comando teve três anos para ajustar o seu esquema com a indicação de cargos regionais, distribuição de condecorações e favores.


Esta situação que se perpetua não garante que elejamos os mais capacitados para os cargos, pessoas com conhecimento da área em que atuarão, com experiência em gestão, com conhecimento teórico e prático do Programa Educativo, mas sim aqueles que souberam se articular mais. Na curta apresentação do currículo a pessoa enfatiza suas passagens por cargos e funções escoteiras, omitindo os seus resultados, principalmenet se forem pífios, e apresentando propostas que não cumprirá por ter certeza que serão esquecidas e não cobradas. É como aquele atacante que é anunciado com passagem em diversos clubes de projeção e no máximo conseguiu ser escalado para o banco, e que nos demais clubes marcou pouquíssimos gols.


A excentricidade de nosso processo eleitoral começa na representatividade daqueles que são eleitos eleitores, os delegados. Como eles escolhem os candidatos em quem votarão? Respeitam a vontade daqueles que os investiram na função ou votarão de acordo com o seu próprio pensamento? No nível nacional escolherão para o CAN, CFN e CEDN os candidatos mais qualificados ou aqueles previamente acordados para serem apoiados pelo contingente regional, ou de área que é o caso do Nordeste?


No caso do Nordeste há uma peculiaridade. Desde quando as regiões nordestinas descobriram que poderiam eleger membros para os órgãos nacionais se votassem em bloco, algumas vezes se aliando com o contingente de Minas Gerais, estes candidatos começaram a ser previamente decididos, antes eram em reuniões de delegação durante a própria Assembleia Nacional, depois no ENED, e ultimamente somente pelos diretores–presidentes das regiões nordestinas reunidos no ENED. Os candidatos ao CAN deste ano pela área Nordeste foram sacramentados em 2023, durante reunião do “Conselho Consultivo do Nordeste” no ENED realizado em Recife, com os nomes só divulgados para alguns iniciados.


A forma que compomos o nosso colégio eleitoral faz lembrar uma história do tempo do coronelismo. Conta-se que assim que foi instituído o voto secreto os coronéis ainda ficaram no controle do voto de cabresto. Em uma determinada localidade o coronel reuniu seus eleitores e distribuiu os envelopes com as cédulas já preenchidas para serem depositadas nas urnas. Após votar um destes eleitores perguntou ao coronel em quem ele, o eleitor, havia votado. O coronel um pouco irritado coma audácia lhe respondeu: - “Tome vergonha cabra, você não sabe que o voto é secreto. ” Assim somos nós, eleitores dos eleitores, jamais saberemos em quem o nosso representante votou nas assembleias escoteiras.


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