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DISTANCIA DO ENSINO A DISTANCIA

  • Foto do escritor: Carlos Nascimento
    Carlos Nascimento
  • 18 de jul. de 2019
  • 4 min de leitura


A formação a distancia não é nenhuma novidade, aqueles com mais de cinco décadas de idade provavelmente lembram-se dos cursos dos Institutos Monitor e Universal, aulas profissionalizantes feitas por correspondência. Hoje ambos institutos se adaptaram aos tempos modernos e oferecem os seus cursos via internet.


Porém a formação a distancia não se restringe aos cursos profissionalizantes. Hoje já é possível fazer uma graduação, ou mesmo pós-graduação na modalidade EAD ou semipresencial.


Nos primórdios do escotismo brasileiro, a necessidade de formação de chefes escoteiros fez com que as diferentes associações então existentes se valessem não só da formação presencial, nas chamadas escolas de chefes escoteiros, mas também dos cursos por correspondência para facilitar a expansão do movimento propiciando que o escotismo chegasse aos diferentes rincões do país.

Desconheço quando os cursos a distância foram descontinuados, porém é bem possível que tenha sido paralelo à criação das então equipes de adestramento com os portadores de três e quatro contas, quando o conhecimento, o saber escoteiro, passa a ser concentrado e unicamente reconhecido se transmitido por pessoas ungidas com o título de adestrador.


Na segunda metade da década de 1970 houve uma tentativa de modernizar o adestramento dos voluntários escoteiros, quebrando-se alguns paradigmas cristalizados, através do Manual de Adestramento da UEB, o qual em sua apresentação diz “ ser “uma experiência pioneira na formulação e implementação de uma nova DOUTRINA, inteiramente nacional, calcada em métodos e processos didáticos os mais modernos”

Deste manual destacamos três pontos. O primeiro a proposta de mudança na relação cursante instrutor. Se antes o instrutor (adestrador) era o dono da palavra o manual propunha que ele passasse a ser um facilitador, deixando claro que “o essencial é que o aluno aprenda, e não que o instrutor exiba o seu saber, como o único dono da verdade, o único a saber das coisas”. O segundo é a visão do aluno como um adulto que será o aplicador do programa, portanto como receptor de conteúdos que serão aplicados, ao contrário de uma visão anterior que tratava o cursante como se fora um membro juvenil sob a desculpa de que ele deveria vivenciar o ramo que ele chefiaria. E por último a possibilidade de que parte da realização dos estudos em domicilio.


O manual de Adestramento da UEB definia o Estudo em Domicílio (ED) como “o processo mais eficiente econômico” “para a iniciação nos diversos assuntos previstos no currículo do curso”. De uma certa forma este entendimento pode ser equivalente às antigas tarefas prévias, ou aquelas que atualmente devem ser obrigatoriamente realizadas antes do curso.


Porém ao detalhar o Estudo em Domicilio o citado manual vai mais além, diz lá “Se todos os adestradores se compenetrarem da valiosa ajuda que lhes será proporcionada pelo Estudo em Domicílio, antes e durante os Cursos, haverá uma considerável economia de tempo e uma sensível e uma sensível elevação no rendimento da aprendizagem. É comum, em cursos de adestramento para adultos, se perderem preciosas horas de instrução para apresentar assuntos em que os alunos poderiam se iniciar, a domicilio, sem assistência direta do instrutor”. E a seguir enumera estes assuntos, dentre eles regras do POR, cerimonial, provas de estrela ou de classe (atualmente etapas de progressão), jogos, canções e muitos outros. E a seguir criticava o tempo perdido em se ensinar a Lei do Lobinho, Lei Escoteira ou Promessa. E diz mais, “o ideal é que toda matéria constante nos manuais escoteiros e no POR seja apresentada sob a forma de ED”.


O interessante é que este manual chama atenção para um aspecto que pode ser a razão da resistência antes ao Ensino em Domicílio e hoje ao Ensino a Distância. O ensino presencial como forma de demonstração da sabedoria dos adestradores em detrimento da aprendizagem.


Se quisermos entender qual a razão de se insistir em um modelo de cursos que privilegia o presencial e rígido, quando há a possibilidade da oferta a distância e flexível, basta nos debruçarmos sobre o processo de escolha dos formadores, desde a indicação pela Região de quem terá acesso ao curso de formador, até a nomeação dos mesmos como membros da equipe, não importando se os escolhidos são os mais capacitados ou não. Este processo de montagem das equipes de formação se reflete no modelo de cursos em que os eleitos se apresentam como os donos do conhecimento, mesmo aqueles facilmente acessíveis por varias fontes.


É descabido Curso Preliminar com dois dias de duração quando o boa parte do seu conteúdo já está disponível na plataforma de EAD da própria UEB, e ainda mais quando parte deste conteúdo é certificado no curso de Dirigente de Grupo Escoteiro. É insano pensar que se movimentam recursos financeiros, materiais e pessoas para fazer algo que poderia ser mais prático e modulado.


Não bastasse todo o exposto agregue-se o fato que neste ano foi adotado a Política Nacional de Adultos e as competências e Rotas de Aprendizagem, sem que os manuais de curso fossem atualizados, e com alguns formadores até mesmo demonstrando que não leram estes novos documentos, ou se leram ainda não entenderam, pois mais que orientar no formato antigo, o fazem como se fossem os antigos adestradores “únicos a saber das coisas”.

 
 
 

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