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Estes tempos exigem um novo padrão.

  • Foto do escritor: Carlos Nascimento
    Carlos Nascimento
  • 4 de jul. de 2020
  • 5 min de leitura


Tenho serias restrições ao Projeto Grupo Padrão na forma como ele atualmente é proposto e conduzido. Há muito que luto para que seja modificado a partir de uma ampla consulta aos associados. Após várias vezes ter recebido como resposta que haveria uma revisão, o que não ocorreu, desisti.

Uma das restrições que eu tenho é ao fato de lançarem o regulamento do projeto, geralmente com modificações em relação ao anterior, somente três meses após o início do período que será analisado, após as UELs terem feito o seu planejamento anual. Isto é como se fosse pedido para você construir uma casa e quando a obra, seguindo o seu projeto, já tivesse 25% concluída lhe dessem as orientações para que ela obtivesse a certificação de habitabilidade.

Assistindo à uma transmissão da DEN, fiquei surpreso quando a Diretora Vice-Presidente respondendo a uma pergunta disse que haveria Grupo Padrão neste ano e que o regulamento estava sendo trabalhado, o qual foi finalmente divulgado no dia 1º de julho, ou seja transcorrido mais da metade do ano de referência para as análises dos dados.

Mas este ano não é um ano qualquer para a humanidade. Outra realidade se impôs e o Escotismo não ficou imune. Trabalho, aulas e atividades escoteiras, dentre outras coisas, se transferiram, para o ambiente virtual. Pessoas que não tinham noção dos diferentes ambientes virtuais tiveram que se adaptar, e há alguns que lutam até hoje para se adaptar. E o que este regulamento apresentado reflete desta realidade em que algumas UELs estão há três meses com atividades presenciais suspensas, e outras nem mesmo retornaram do recesso? Quase nada. Muito pelo contrário apresenta propostas que requereriam não só que tudo estivesse normal, mas que houvesse uma uniformidade em todo o país.


Analisemos alguns indicadores. O primeiro deles é o 2 – Gestão de Adultos. A principal novidade é que a pontuação para formação será dada somente aos níveis concluídos em 2020. Isto restringirá a pontuação, especialmente para as UELs que integram regiões escoteiras que paralisaram a sua formação e não adotaram a formação a distância, que ainda é rara e objeto de resistência por parte de alguns formadores. Nestas regiões somente quem já participou de um curso poderá concluir o seu nível neste ano. Mesmo que voltemos ao normal em agosto, não será fácil para muitos, mesmo que façam os cursos, obter a sua certificação de nível por conta da burocracia de algumas regiões para fazer a certificação de nível. Conheço um caso que já leva seis meses desde que o pedido de certificação foi protocolado.


No item outras iniciativas de formação a pontuação não contempla os cursos da World Scout Academy, que foi lançada antes do regulamento.

Ainda no indicador 2 – Gestão de Adultos, dentre as novidades temos a pontuação por Ingresso de Membros Adultos no Movimento Escoteiro. Se a atração de novos membros adultos em período normal de atividades já é algo extremamente difícil para muitas UELs; o que dizer em um período em que as atividades presenciais estão suspensas, e mais que isto as pessoas estão preocupadas com a manutenção do emprego, cumprir suas obrigações acadêmicas, etc. Enquanto que a maioria das UELs estão mesmo preocupadas em reter o máximo possível do seu efetivo fazendo malabarismos para propiciar atividades virtuais.


No indicador 3 – Aplicação do Método Escoteiro - A parte 2 cobra acampamento de Patrulha deixando claro que será aceita somente atividade externa com no mínimo uma noite. Como fazer atividade externa em período de isolamento? Se vão aceitar acampamentos virtuais isto teria que estar claro, como no referente às atividades de seção. Estranhamente a contagem de pontos desta atividade, que pontuava por acampamento ou atividade de patrulha realizada agora passou a adotar percentual de patrulhas que acamparam ou fizeram atividades, porém de uma forma progressiva no percentual e na pontuação, cito para exemplificar.

  • 50% das patrulhas do Ramo Escoteiro realizaram 1 acampamento – 100 pontos

  • 75% das patrulhas do Ramo Escoteiro realizaram 2 acampamentos – 150pontos –

  • 100% das patrulhas do Ramo Escoteiro realizaram 3 ou mais acampamentos – 200 pontos

Em uma Tropa com duas Patrulhas, o que é normal no Ramo Sênior, não há meio termo (75%) ou só uma acampa e marca 100 pontos, ou as duas acampam 3 vezes para marcar 200 pontos.


Por outro lado em um indicador que fala sobre aplicação do Método Escoteiro pontuar a realização de determinadas atividades a serem feitas pela Patrulha depõe contra o próprio método, pois de um certo modo acaba direcionando as atividades que a Patrulha deve fazer. O mesmo vale para os vários itens que pontuam as atividades de seção, fazendo que a construção do ciclo possa ser direcionada para as atividades que pontuam, em detrimento daquelas que os jovens realmente querem.


Um item que sempre deixa em dúvida é a realização de ”atividade com parceiros e campanhas nacionais da União dos Escoteiros do Brasil, atividade cadastrada no SIGUE/Paxtu Administrativo, no tipo “parceiros/campanhas nacionais.” Quais são estes parceiros? Como sabê-los com antecedência para que possam ser contemplados no planejamento anual do Grupo, o no ciclo da Seção? Isto é sempre uma surpresa. O parceiro de um ano já não o é mais no ano seguinte. Parceiros e atividades parceiras surgem de repente.


O Indicador 5 transfere em parte para as UELs algo que deveria ser feito pelos níveis nacional e regional, a divulgação do Movimento Escoteiro. Claro que as UELs têm interesse em fazer a sua própria divulgação, mas isto seria facilitado se houvesse o apoio dos outros níveis disseminando informações sobre o Movimento Escoteiro. Façamos uma comparação com uma franquia. O trabalho das lojas franqueadas é facilitado pelo trabalho de marketing da franqueadora.


Esta distorção na divulgação se amplia mais quando se pede que a pontuação da atividade de divulgação seja feita por cada um dos ramos da UEL, somente pontuando se todos fizerem as atividades. Assim poderemos ter a seguinte situação: Os Ramos Seniores e Pioneiro que têm vagas para receber novos membros fizeram sete atividades de divulgação cada, mas os Ramos Lobinho e Escoteiro que têm fila de espera resolveram que não fariam atividade de divulgação para não aumentar a fila, pois sabe-se que mesmo a divulgação sendo do Movimento impactará na procura pelo Grupo Escoteiro responsável pela ação. Neste caso não haverá pontuação.


Ainda no tocante ao indicador 5, não há uma explicação lógica para que a divulgação o EducAção Escoteira tenha pontuação tão alta, especialmente levando-se em conta que se em uma determinada cidade tem poucos veículos de comunicação e eles recebem cinco ou seis releases sobre a mesma atividade, mas que será realizada em distintos locais podem acabar por não divulgar nenhuma delas. Caberia a Região, ou Distrito, fazer um release sobre a atividade com todas as informações sobre locais e UELs participantes.


O Grupo Padrão se propõe a premiar as UELs que alcancem um padrão mínimo de qualidade, porém sem estabelecer padrões mínimos para cada indicador, assim uma UEL pode ser padrão ouro mesmo zerando,por exemplo, os indicadores Documentação, que dá uma ideia sobre a gestão da UEL, e Governança. Também não há nenhuma cobrança sobre um item que hoje é obrigatório para qualquer instituição que se preze, a transparência.

No aspecto gestão o Grupo Padrão nivela as UELs, não concedendo quase nenhuma pontuações adicionais àquelas que têm inscrição no CNPJ, exceto os 100 pontos pela Certidão Negativa de Débitos (se bem que não há nenhuma explicação sobre em nome de quem deve ser emitida). Estes Grupos Escoteiros têm obrigações adicionais que requerem um padrão diferenciado em sua gestão administrativa e financeira.


O regulamento do Grupo Padrão é omisso em reforçar alguns aspectos, como por exemplo a não contagem de pontos de atividades desenvolvidas durante o período que a UEL não tinha certificado de Autorização de Funcionamento, eu até o desconsideraria para este ano excepcional. O POR é claro sobre o impedimento de fazer atividades para sem a autorização de funcionamento, entretanto, grupos já foram certificados mesmo somente tendo recebido seu certificado de funcionamento no segundo semestre do ano.

Por fim o mais sensato para este ano era todas as UELs que conseguissem manter um mínimo de atividade serem reconhecidas pela UEB, sem nenhuma distinção de grau, e seus dirigentes e escotistas serem devidamente homenageados.

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