Saber para agir. Agir por saber.
- Carlos Nascimento
- 3 de nov. de 2016
- 2 min de leitura

No século passado do Escotismo brasileiro, quando a formação de adultos ainda se chamava adestramento, existia a Comissão Nacional de Adestramento que tinha um pequeno boletim chamado “Saber e Agir”, este singelo nome funcionava também como uma espécie de norte para o adestramento dos voluntários adultos.
Certa vez li a explicação do título, tentarei reproduzi-la de memória já que não tenho mais estes boletins, explicava o autor, salvo engano André Pereira Leite que era o então Comissário Nacional de Adestramento, que de nada adianta saber e não agir, e tão danoso quanto isto é agir sem saber. Ou seja, o conhecimento que é posto não é posto em prática de nada vale, já a prática sem conhecimento é prejudicial, portanto temos que aprender e utilizar o
conhecimento adquirido.
Sendo mote de ação para a o adestramento nacional o saber e agir não era direcionado unicamente para os “adestrandos” mas também para os “adestradores”, ou seja quem ensinava deveria também o fazer pelo exemplo, e quem aprendia deverão coloca-lo em prática.
No século atual, em que dispomos de um ferramental tecnológico farto, podemos verificar muitas vezes a completa dissociação do saber do agir, e vice-versa. Com a mesma rapidez que nos chegam mensagens sobre um Escotismo ideal, de como deve ser feito, verificamos nas redes sociais que não há por parte de quem assim aconselha o fazer. Parece que há um
universo paralelo, enquanto em um universo prego e ensino sobre transparência, por exemplo, no Escotismo , no universo paralelo do Grupo Escoteiro em que o mesmo atua, até com função de dirigente, esta transparência inexiste. Dá lições a todos sobre garbo e boa ordem, mas os escoteiros do Grupo dele ostentam distintivos inexistentes.
Uma característica interessante destes que sabem, mas não agem, às vezes só fingem que sabem, é quando confrontado se abespinham e uma vez demonstrado que o saber dele é falho, tanto no conhecer quanto no agir, responder usando de uma retórica gongórica, sem admitir o erro, e pouco a pouco fazem com que o quadrado que ele antes dissera que era um círculo se metamorfoseie e se torne um quadrado, mas sem jamais dar razão a quem disse desde o princípio que aquilo era um círculo.
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