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Fast food da formação dos adultos voluntários

  • Foto do escritor: Carlos Nascimento
    Carlos Nascimento
  • 22 de dez. de 2016
  • 2 min de leitura

Recentemente aprendi duas definições que desconhecia. Não são termos adotados oficialmente pelos Escoteiros do Brasil, ainda que aquilo a que se referem estas expressões recém aprendidas se alastre acobertado pelo manto da oficialidade.

Estas expressões são “básico miojo” e “IM de micro-ondas”. Quando as vi estranhei, depois recebi as devidas explicações e percebi que, infelizmente, é uma triste realidade no escotismo brasileiro.


O básico miojo, não confundir com um miojo básico, é uma referência à conclusão do nível básico de formação apenas participando do curso, sem que tenha feito as tarefas prévias ou mesmo efetivamente cumprido as práticas supervisionadas. Muitas vezes a pessoa não tem nem o acompanhamento de um Assessor Pessoal de Formação, o APF, porém não impede que a ele seja outorgado o anel de Gilwell. E qual a razão de ser apelidado básico miojo? Simples qualquer um faz muito rapidamente.


A segunda expressão IM de micro-ondas, significa que o nível avançado - com a conquista da Insígnia de Madeira - é completado rapidinho. Alguém que passou pelos níveis preliminar e básico sem ler nem o Escotista em Ação do seu Ramo, um livrinho de bolso, que é leitura prévia do preliminar, supostamente lê e discute com o seu APF o Manual do Escotista do seu Ramo, com suas centenas de páginas cheias de conteúdos de pedagogia e psicologia. Às vezes faz isto, ou pelo menos consta que faz, no tempo de um a dois meses após concluir o nível básico, pois afinal não pode perder a oportunidade de se inscrever em um dos raros Cursos Avançados ofertados, o qual aliás, era para ser de um Ramo, mas acaba reunindo todos do mesmo Ramo, de Lobinho a Pioneiro todos juntos e misturados.


As desculpas obvias para tolerar isto são: Todo mundo faz. Seguida por não podemos deixar quem quer fazer o curso ser prejudicado porque outros não querem (mas isto não se trata só do curso, mas do nível). Além de outras desculpas menos cotadas.


No fundo o que se quer mostrar é resultados, ou melhor números. Realizamos trocentos cursos, com centenas de participantes, que em um ano saíram de nenhum curso para o nível avançado. Todos saem satisfeito, os formadores, a Diretoria Regional e os voluntários adultos que poderão ostentar o seu lenço de Gilwell junto com os taquinhos. Talvez até um dia evolua para o sistema que um chefe adotava para a conquista de especialidades. Perguntava quem queria tal distintivo e o jogava para cima, quem pegasse ficaria com ele.


Se o problema da formação está no sistema que teoricamente dificulta o acesso, então lutemos para mudá-lo, não o burlemos. Aliás as próprias Diretrizes de Gestão de Adultos oferecem várias possibilidades de se estruturar a formação dos adultos, porém prefere-se seguir o modelo tradicional do curso, ignorando-se as tarefas prévias e as práticas supervisionadas. Entretanto mudar o paradigma é difícil, principalmente quando se muda a estrutura de poder.


 
 
 

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