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Por que os voluntários nos deixam?

  • Foto do escritor: Carlos Nascimento
    Carlos Nascimento
  • 5 de fev. de 2018
  • 4 min de leitura


Diariamente desfilam nas linhas do tempo das redes sociais depoimentos de voluntários escoteiros com alguma reclamação sobre a forma que são tratados por nossas instituições, especialmente os níveis regional e nacional. Muitos, apesar do cansaço, das queixas e desgostos ainda persistem; seja porque já se acomodaram à situação, seja porque têm filhos no movimento e não querem abandoná-los. Seja por apego ao Grupo Escoteiro ou seção. Seja porque sentem que o seu principal compromisso é com os jovens. Mas há aqueles que pesam tudo, e põem na balança as horas afastadas do lazer, os momentos distantes da família, os gastos, as contrariedades, a mesquinhez de pessoas que querem fazer carreira no movimento, a falta de maturidade de dirigentes, a politiquice, falta de atenção, etc. etc. etc.


Dentre os que partem muitos são escotistas ou dirigentes experientes, com uma larga folha de serviços prestados ao escotismo. Alguns, tal qual Carlota Joaquina, batem os sapatos para que não levem nem o pó das atividades vividas. Partem magoados, queixosos, revoltados, e ninguém se interessa por eles, nem ao menos ouvem as suas razões, aumentando a revolta e fazendo com que quem antes era um sacerdote do escotismo passe a demonizá-lo.


Estamos muito preocupados com o crescimento do nosso efetivo, e por conseguinte, com a captação de voluntários; porém damos pouca atenção à retenção daqueles que investiram tempo e dinheiro na sua capacitação. Talvez não haja um só motivo para esta evasão, mas uma soma de vários.


Não devemos cair na psicologia barata de facebook que taxa tudo de falta de diálogo. É necessário que se faça uma pesquisa com os que estão, e com aqueles que saíram, mas principalmente é preciso estar atento aos sinais.


Por exemplo, conforme abordei no artigo “Política de Formação e Formação na Política”, o CAN reconheceu que na área de formação há interferência de políticas regionais que alija pessoas capacitadas enquanto beneficia amigos do círculo de poder, mas nem sempre preparados, ou nas palavras do conselheiro Romeu “destaca que é notório o uso da área de formação das regiões escoteiras, e até mesmo do nível nacional, com fins evidentemente políticos, o que afeta muitas vezes a qualidade das equipes, eis que afasta pessoas capacitadas e inclui outros não adequadamente preparadas em face desses critérios políticos.” (ata da 89ª reunião do CAN). Mas desde esta reunião o que foi feito para mudar a realidade? A ata da reunião seguinte, a 90º, não menciona nada. O que sabem das pessoas que têm CF-1 e CF-2 e não estão atuando na formação por conta das políticas regionais? Como controlam a formação e a qualidade das equipes já que não há mais os relatórios de curso para o nível nacional como houve em tempos idos. Como sabem se as pessoas que estão atuando nas equipes de formação são realmente capacitadas, e não somente um amiguinho dos dirigentes, ou alguém que se quer privilegiar politicamente, o que faz com tenhamos alguém que nunca viveu um Ramo, por exemplo Pioneiro, nem como membro juvenil nem como escotista, nunca fez um curso deste Ramo, nunca participou de uma atividade específica deste Ramo possa estar dirigindo ou como parte da equipe de um curso ou seminário sobre este Ramo, mesmo que na Região tenha pessoas com experiência e capacidade sobre o Ramo. O resultado disto são Tropas Sêniores, que não passam de Tropas Escoteiras com algumas atividades mais duras; Clãs Pioneiros que atuam como se fossem uma Tropa Sênior de jovens adultos. Resultado: adultos mal capacitados que poderão se frustrar futuramente, e adultos capacitados que se frustram por não poder compartir conhecimentos e experiências.


Um outro motivo constante de queixas é a falta de reconhecimento, apesar termos instruções precisas sobre o tema, não temos uma política que evite o esquecimento de pessoas que contribuíram ou contribuem para o escotismo, dando a elas o devido reconhecimento, quer seja porque o Grupo o qual elas integram não tem conhecimento dos procedimentos, quer seja pelo fato deste ser dirigente do Grupo e seria o mesmo que um autoelogio,; quer seja por questão de políticas regionais que somente reconhecem os amigos do rei do momento ou outros motivos mais.


Uma política de gestão de voluntários com triplo grau de verificação impediria tanto o esquecimento quanto a sobrevalorização. Darei um exemplo pessoal, não que eu me importe com isto já que nem mesmo uso as duas condecorações, ou seus barretes, que tenho. Ocupei cargos em todos os níveis do Escotismo nacional; dirigi cursos e atividades, regionais e nacionais, tenho uma larga folha de serviços prestados ao movimento escoteiro, mas no máximo talvez só receba a Cruz de São Jorge, já que para receber uma condecoração mais alta é necessário um certo tempo entre esta e uma condecoração que seja pré-requisito, e mais “que tenha prestado novos e relevantes serviços nesse período”. Não sei o que consideram relevantes serviços, mas se isto se referir serviços à um nível mais alto que a sua UEL então alguém que a Diretoria superior o condena ao ostracismo, não poderá receber, enquanto vê pessoas que não têm o mesmo histórico, e dedicação serem agraciadas com uma condecoração atrás da outra.


E por último, mas sem esgotar o assunto, temos a questão dos privilegiados. Em todas esferas há aqueles que são os preferidos, ainda que não seja pelos motivos certos, por ter conhecimento e capacidade de exercer a função, ou pelo desempenho anterior. Estes privilegiados podem ser um desastre na coordenação de uma atividade, fazendo tudo de improviso, ou não fazendo, mas não tenham dúvidas que a depender da Diretoria ele estará à frente de mais uma atividade, e outra e outra, porque faz parte do círculo de poder.


Somente uma política clara e séria de gestão de voluntários minimizará as insatisfações e, por conseguinte, reduzirá a evasão de adultos.

 
 
 

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